Taxa de juros Selic a 12,75% ao ano, maior nível desde 2017. Onde investir?
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou o décimo reajuste consecutivo na taxa básica de juros do País, agora no patamar de 12,75% ao ano – o maior desde fevereiro de 2017. A decisão seguiu a congruência de mercado, que já esperava uma alta de 1 ponto percentual na Selic.
Este é o terceiro ajuste feito pelo Copom em 2022 no esforço de reduzir a pressão inflacionária, que levou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses.
Com impactos negativos na oferta vindos do conflito entre a Rússia e Ucrânia, ainda sem previsão de trégua, e a atual desaceleração da atividade econômica na China, com lockdowns e portos fechados reduzindo a oferta de insumos, a alta generalizada de preços não é especificidade do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a inflação chegou a 8,5% ao ano, o maior nível em mais de 40 anos.
O que é a taxa Selic?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da nossa economia, ela serve como referência para o cálculo da maioria dos juros. Com o aumento dessa taxa, todas as modalidades de crédito ficam mais caras, por outro lado, quando a taxa básica cai, as despesas dos bancos e das financeiras ficam mais leves, levando a uma oferta de crédito mais barata no mercado.
Onde investir com a Selic em alta?
A alta dos juros básicos da economia tem repercussões no crédito e no PIB (Produto Interno Bruto), mas aumenta a atratividade de investimentos em renda fixa, com algumas opções propiciando retorno de mais de 1% ao mês, dependendo do prazo da aplicação.
Simulações do buscador de investimentos Yubb mostram que, com a Selic a 12,75%, o retorno líquido (rentabilidade descontada a inflação e o imposto de renda) projetado para diferentes investimentos de renda fixa continuará excedendo de longe o oferecido pela caderneta poupança, com rendimento de até 6% para o período de 12 meses. Veja quadro abaixo:
Juros mais altos aumentam a rentabilidade oferecida por títulos de renda fixa privados e públicos como os do Tesouro Direto e CDBs (Certificado de Depósito Bancário).
Entre as modalidades com maior retorno projetado estão as debêntures incentivadas, títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio).
Onde devo aplicar?
No cenário atual, a renda fixa tende a continuar sobrepujando a renda variável em atratividade, uma vez que oferece diversas opções de menor risco com rentabilidade atrelada à Selic.
Veja o ranking:
- 1º CDBs
- 2º LCI/LCA
- 3º Tesouro Direto
- 4º LC/RDB
- 5º Fundos multimercado
- 6º Fundos de ações
- 7º Fundos imobiliários (FIIs)
- 8º Fundos de índice (ETFs)
- 9º Ações livres
- 10º Criptoativos
Vale sempre lembrar que na hora de investir é preciso avaliar os objetivos do investimento, a demanda de eventual resgate no curto prazo e a disposição a assumir mais ou menos riscos.
Para os investidores com foco no longo prazo, a promessa de fim do ciclo de alta pode representar uma oportunidade para a compra de títulos de prazos mais longos, incluindo também os pré-fixados.